29 de julho de 2013

Ignorar é uma arte

Hoje vou falar sobre algo que, a princípio, vai parecer contraditório em relação a tudo que eu tenho dito e repetido no meu blog.

Vou falar de uma arte milenar, que parece ter sido esquecida pelo povo (ou parte dele).

O que falo é da arte de ignorar, arte esta que faz com que as pessoas se tornem mais felizes e menos obtusas.

Eu avisei que esse texto ia parecer bastante contraditório...

Em tempos de protestos políticos, manifestações religiosas, eventos esportivos de grande porte, parece realmente difícil aprender a ignorar qualquer coisa. Há uma certa intolerância, e isso é bom, desde que saibamos até onde devemos ser intolerantes.

Vou exemplificar...

Tem uma pessoa nova no seu bairro. Educada, simpática. Daquelas pessoas que certamente vai se tornar um bom amigo. E é o que acontece entre você e essa pessoa. Eis que num belo fim de semana, este mesmo cidadão resolve ir para uma festa. Bebe demais, passa mal. Dá o maior vexame. E por causa desse infame episódio, você começa a ver a pessoa com outros olhos. Já não quer mais ser associado a esta pessoa.

Parece ridículo?!
Parece intolerância demais pra você?!

Pois é exatamente esse tipo de coisa que tem gerado discussões sem sentido, revoltas e até mesmo guerras durante toda a história da humanidade.

Seja pela religião do outro, pela opção sexual ou pela superioridade da raça ariana, estamos sempre discutindo questões irrelevantes, que poderiam ser ignoradas enquanto acontecem coisas que influenciam a vida de todos, católicos ou evangélicos, gays ou héteros, superiores ou não.

Como diz aquela frase que teima em aparecer em filmes de luta chineses, não se pode encher um pote que já está cheio. Assim como não podemos atentar para questões maiores se estamos ocupados com detalhes irrelevantes.

A arte de ignorar se dá não em ignorar todos os seus problemas, mas sim de deixar de lado questões pequenas. Se dá em parar de pensar que a felicidade alheia irá, necessariamente, lhe causar transtornos.
E principalmente, se dá em parar de pensar que você é o padrão de personalidade, um exemplo a ser seguido e que todo mundo tem que seguir o seu estilo de vida, as suas opiniões, o seu "modelo".

Eu nunca concordei muito com a frase "A ignorância é uma virtude". Mas se vermos por esse ângulo, até que ignorar não é de todo ruim.

12 de julho de 2013

Manifestar e Participar: Ir às ruas é só parte da tarefa

Hoje eu não vou falar mais sobre os protestos. Ou pelo menos, esse não é o meu tema principal.

Desta vez, vou falar sobre outra vertente da participação popular na administração pública. Algo que a gente só costuma se lembrar quando tem interesse pessoal na mesma ou, o que geralmente acontece, quando já é tarde demais para fazer algo a respeito. Costumo pensar nesse assunto e alguns dos meus bons amigos das redes sociais não me deixam esquecer. Afinal, nem tudo na internet é cultura inútil.

Não vou mentir: também fico devendo nesse aspecto. Mas o povo precisa participar mais de assembleias e reuniões da administração pública.


Manifestações são épicas, marcantes comoventes, emocionantes e, em alguns casos, até divertidas. É onde o povo expressa de forma mais clara os seus anseios e opiniões. Mas não é nas ruas que se tomam as decisões e sim entre quatro paredes, em locais chatos, com pessoas que falam quase em outro idioma, sem bombas de efeito moral ou balas de borracha.

A participação popular também deve se dar em reuniões, assembleias, plebiscitos, e em todo lugar onde tome decisões de interesse público. Ao contrário do que muitos pensam, a voz do povo tem força e os políticos se borram de medo da pressão popular e de ter uma revolta nas mãos.

Então, senhoras e senhores, levem seus cartazes e suas opiniões às ruas, quando for necessário. Mas façam o possível para consertar os erros dos nossos políticos, levando os mesmos cartazes e opiniões onde eles se encontram pra tomar as decisões por você.

9 de julho de 2013

Na Contramão dos Protestos

Baixada a poeira das manifestações ( que ainda são muitas, mas que já não dão tanta notícia), o povo vivia a expectativa de mudanças, de coisas melhores. Eu particularmente, ainda acredito em alguma mudança.
Mas as coisas não estão indo exatamente como planejávamos.

Os nossos representantes, não sei se por ignorância ou má vontade política, parece que ainda não sabem como dar uma boa resposta ao seu eleitorado. E além de não melhorarem em nada, agora estão piorando tudo.

A última grande idéia do governo é de aumentar o tempo do curso de medicina de 6 para 8 anos, sendo que os dois anos acrescidos serão, obrigatoriamente, de prestação de serviços ao SUS. 


O que posso dizer...Além de achar isso uma puta burrice, superada apenas pela não menos "brilhante" idéia de trazer médicos do exterior para atender nos consultórios do país, acredito que essa medida vai trazer mais problemas.

Me digam uma coisa: Isso vai resolver os problemas da saúde?!

Obrigar médicos em formação a trabalhar pro governo, nas péssimas condições que o mesmo oferece, ou vai diminuiu a quantidade de candidatos ao curso ou vai alimentar a idéia de que os médicos devem montar seus próprios consultórios para cobrar (muito) caro por suas consultas, uma vez que a saúde pública não oferece condições e serviços tão bons quanto os deles. A longo prazo, o que vejo é uma lotação ainda maior das unidades de saúde pública. Na melhor das hipóteses, em más condições.

Não seria muito mais inteligente (e eficiente) cortar gastos desnecessários da administração e investir em melhorias na saúde, tornando assim o trabalho mais atrativo para os profissionais de saúde?!

Eu penso que sim... Mas parece que as cabeças pensantes (ou pelo menos, que deveriam ser pensantes) do país não concordam comigo. E infelizmente (ou não), não sou eu que tomo essas decisões. Mas às vezes eu acho difícil que eu, que só tenho formação de ensino médio completo e mais alguns cursos e sendo tão mais jovem e inexperiente consiga pensar nessas coisas, assim como tantos outros enquanto os ilustres, experientes e, em grande parte, esclarecidos representantes do nosso país não consigam sequer cogitar essa hipótese. 

Lendo essas notícias, só fico a me perguntar cada vez mais quando é que nossos representantes vão descer de seus pedestais e passar a ouvir (e entender) o que nós estamos dizendo. Será que só sendo do povo pra entender o que o povo está pedindo?
De qualquer modo, só o que me resta fazer nesse momento é um apelo:

DILMA, PELO AMOR DE DEUS, PARE DE FAZER CAGADA!